
- Mentiras.
Foi esta pequena palavra que traduziu o que foi minha passagem por aquele lugar, e foi a mesma que pronunciei por último, antes de virar as costas, fechar os olhos, e uma leve lágrima cristalizada correr por minha face. Uma lágrima selou o fim de uma era e a chuva trouxe o início de outra.
Enfiei a mão dentro da minha mochila e tateei a procura de uma caneta, lápis, qualquer coisa. Encontrei a caneta e um pedaço de papel rasgado. Baixei a cabeça, e escrevi rápido um bem desenhado ‘lies’. Joguei o pequeno pedaço de papel pela janela do ônibus, tornei a abaixar a cabeça e afundei em meio as minhas músicas. Eu não pertencia aquele lugar, e aquele lugar também não pertencia a mim.