
Todos os dias nos mesmos lugares, sempre com a cabeça baixa não reparava em nada ao seu redor. A unica coisa que ela sabia sobre a cafeteria era que seu banco era o último do balcão, o mais isolado, onde ninguém mais sentava. Nunca se dera ao trabalho de olhar nos olhos de quem lhe atendia, ela nem pensava sobre isso.
Para muitos era como se ela fosse uma pedra, nunca expressou qualquer emoção, sentimento, e suas conversas - quando alguém se aventurava em puxar assunto - não costumavam durar mais de dez minutos.
De alguma maneira ela estava cansada, no fundo ela sentia que tudo estava errado, sentia-se infeliz, mas não sabia o porquê. Sua vida nunca teve qualquer indício de sentimentos, viveu sempre sozinha graças aos seus pais, mas as vezes ela sentia um forte vazio dentro de si. Um vazio sem identificação.
Ninguém consegue viver sozinho, assim como ninguém consegue viver sem sentimentos e emoções. E quando parecia que ela estava predestinada a terminar seus dias dessa maneira, ela finalmente sentiu seu coração bater.
- Seu café já deve estar frio!
Sem ao menos se dar conta do que fazia, virou o rosto em direção à voz e viu um rosto masculino, olhos azuis. Olhos que a lembravam alguma coisa realmente bonita mas que nunca dera a devida atenção para reparar o que era. "O Mar", dizia seu interior. "O que é o mar?", eram apenas vagas imagens correndo sua cabeça. Tudo isso em uma fração de segundos, e então voltou a realidade, onde junto com os olhos viu cabelos castanhos bagunçados, o que a fazia pensar que estava realmente ventando lá fora. Boca definida, nariz levemente arrebitado e bochechas rosadas.
Ela não entendia o que estava acontecendo, durante tão pouco tempo ela conseguira pensar em tantas coisas, metade do que já conseguira pensar em toda sua vida.
Ela tremia, sentiu as mãos suarem e o rosto ficar quente, enquanto sua barriga insistia em deixar parecer que milhares de borboletas estavam dentro dela.
Ela não sabia quem ele era, não fazia a menor ideia do que estava sentindo, mas uma coisa era certa: ela precisava dele. "I'm with you" começou a tocar na rádio e pela primeira vez em sua vida ela realmente ouviu uma música, assim como pela primeira vez, ela sorriu.
E sua vida nunca mais foi a mesma.
14 comentários:
Olá,desculpa pela demora em vim lhe visitar.
Tive um problema no pc e fikei uma semana afastada do blog.
Mas já estou voltando a postar.
:*
Adorei o texto, mostra que nos momentos mais inesperados podemos encontrar um grande amor e também alguém que nos entenda, super lindo!
Eu também fiz uma história sobre inverno, rs rs.
Oláaaaa, bem-vinda ao Cleytudo. Apareça mais vezes. Abs.
Estou amando o seu blog. Depois da uma passadinha no meu e me segue. Obrigada *-*
http://youloveisadrug.blogspot.com/
''Nunca se dera ao trabalho de olhar nos olhos de quem lhe atendia, ela nem pensava sobre isso.''
Os olhos são a janela da alma. Não olhar, não fixar os olhos por talvez não querer deixar transparecer a solidão.
Menina, me surpreendeste. Contou minha história inteira...
Até os olhos azuis e cabelos castanhos, bochechas rosadas são os mesmo.
encantei-me.
Estarei sempre aqui, su fã e agora leitora fiel de um futuro livro publicado!
Beijinhos<3
Lindo texto, amei! É a minha cara! Obrigada pela visita no blog, volte sempre que quizer ;DD
Beijos ;DD
Tudo muito lindo aqui. Adorei o texto e a imagem de ilustração. Parabéns!
muito obrigada :)
Depois da primeira vez, a vida jamais será igual.
se o destino com nome assim o quiser, não é...
ah o começo me lembrou da macabéa do livro de clarice *-* tá lindo o texto, viver sem vida é realmente triste.
beijos, to te seguindo ;*
Obrigada pelo comentario querida, espero que ele volte mesmo por completo (:
eu prefiro o frio! é que com frio podemos taparmo-nos mas com calor, por mais que nos destapemos não passa xD
Esses momentos acontecem sempre, e nós nem notamos. Adorei, parabéns! :)
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